Pedaços Humanos

domingo, 30 de maio de 2010

Vácuo

'Um vácuo de emoções, uma vontade de nada ou nenhuma coisa, tanto faz. O amor sempre virou cinza sem que eu sentisse o calor das chamas. Uma espera pelo que vai chegar, vai chegar, vai... Vai? Não sei, mas hoje choveu. E com trovões e relâmpagos. Sim, continuo gostando deles. Acho bonito. É realmente um gosto estranho. Sabe, acordei hoje e pensei em gérberas. Depois me espantei que no jornal a notícia importante fosse quem não roubou. Deveria ser o contrário, não? Ah, o sonho dos românticos! O poeta disse para não tirar a poesia das coisas... Acho que sinto fome. Uma fome arrebatadora. E nem poderia dizer que é fome pelo doce da vida. Sempre gostei do amargo, acho que acostumei com o sabor dos dias. Fome que pede saciedade para um amor, resposta para uma dúvida e dúvidas perante minhas respostas. Fome de uma firmeza insana, de braços estáveis. O coração ronca e os lábios desenham um sorriso pequeno, pedinte. Acorda de um silêncio abrasador. E sai alucinado, cheio de aforismos. No meu sonho, ontem, o céu escuro e o sol estavam na mesma linha de visão, o mar e a montanha gelada. Sei lá, acordei crendo que tudo era possível. Acho que vai durar até o próximo sonho.'


“Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha”

(Alice Ruiz)



Retirado do blog: 'e agora maria?'

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