Pedaços Humanos

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O belo e o bom

'Se não podemos mudar o mundo, interminável trabalho de formiguinha, resta nos abrir para o que existe e sempre existirá de positivo: os verdadeiros amores, que não se baseiam em vantagens, mas em ternura e respeito; as verdadeiras amizades, que não se contam pelos dias convividos, mas pela certeza de que o outro está sempre ali; as verdadeiras famílias, em que apesar das diferenças imperam a confiança e a alegria. A tragédia da humanidade está no cotidiano minúsculo de cada um de nós, que corremos na superfície da verdadeira vida, obcecados por deveres insensatos, corroídos de inveja e desejo de aniquilação, distantes das coisas essenciais - pobres de afeto, despidos de alegria. Talvez seja uma saída. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossa postura no mundo, o público e o privado. Em lugar de nos amargurarmos pela loucura, podridão e injustiça, podemos abrir mais espaço, ou algum espaço, para o bom e o belo, que afinal existem. Tentar curtir a natureza, saborear a arte, atender os necessitados, preparar crianças e jovens para a vida, cultivar harmonia na família, olhar para dentro de nós mesmos e nos escutar. É um bom começo. Olhar o mar ou o amanhecer, que são de graça e nos dão a sensação de que afinal nossas misérias são apenas misérias e que o grande drama é ter a alma mutilada pela amargura.'


(blog 'euamaria')

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