Pedaços Humanos

domingo, 28 de novembro de 2010

crazy little thing called affection - Parte 2

" Eu acho que fica mais fácil se a gente separar em blocos de 10 anos. Dá tristeza porque *spoiler* serão 3 blocos e isso vai fazer parecer que eu tenho 40 em vez de 30 (ah, que alívio, SÓ 30). Mas é assim. De 10 em 10 anos, eu tenho um *grande afeto*.

Acontece que eu nunca tive muita paciência pra amor platônico. Fui lá e falei com ele – com toda sutileza que os 14 anos permitem. A.B. tava numas de aproveitar a vida e achava que não servíamos pra amizade colorida. Vivíamos juntos, mas ele sempre fazia questão de aparecer com alguém na minha frente.

E como a gente não tem o poder de fazer ninguém gostar da gente (tô nem falando de feitiço, tô falando da minha personalidade estragada mesmo), segui a vida. E posso dizer que, depois de um tempo, já nem doía mais ver A.B. com outras. Era segurando a minha mão que ele via sessão da tarde em dias de chuva. Entende? E eu tava feliz com isso.

Tive lá meus 28347569238745 casos, quebrei uns corações, quebrei a cara, quebrei copos nas cabeças das pessoas. Mas toda vez que *pensava* em sofrer, lembrava que amor mesmo era o que eu sentia por A.B. e isso estava em segurança. Ou seja: sofrer pelo fulano #8427 por quê? Era só mais uma forma de passatempo na minha vida.

Ficamos nessas idas e vindas que não são por sete fucking anos. Até o dia em que ele disse “acho que chegou a nossa hora”, mas saiu da festa com outra. Até hoje eu não sei o que aconteceu, nem quero saber. Mudei de cidade, de estado, de vida e passei 365 dias sem comunicação.

Mas o engraçado foi que eu não perdi o “amorômetro”. Sabe quando você pensa que gosta de alguém, aí compara: mas E SE fulano (A.B., neste caso) aparecesse agora e me pedisse pra ir com ele? Se a resposta fosse sim, eu sabia que a pessoa na minha frente não significava nada. E A.B. continuou sendo minha prova real no amorômetro.

Até o dia em que a gente finalmente se reencontrou. E foram hooooras de conversa, até que o platônico virasse real. O surreal foi que, pra mim, serviu de ponto final. Daquele momento em diante, a resposta não era mais sim no amorômetro quando a prova real era ele. Ele demorou um pouco mais pra desapegar, mas hoje somos bons amigos. Tem em algum lugar do meu diário, em fevereiro de 2000, que A.B. era tudo que eu esperava e muito mais. Mas o timing tava errado, a vibe tinha passado e que o que aconteceu foi o suficiente pra história ter um ponto final.

A razão pra tanta divagação é, provavelmente, culpa de uma noite dessas.

Porque, veja bem, se tem UM problema que eu não tenho, esse problema é insônia. Algumas crises de alergia perturbam meu sono, algumas idéias fixas me fazem acordar no meio da noite, cochilos infinitos no meio da tarde às vezes fazem com que eu leve uns 15 minutos pra começar a dormir. Mas noites em claro, dificuldades pra voltar a dormir, ser acordada por barulhos ou falta de sono não fazem parte da minha vida.

Mas dia desses eu não conseguia dormir. Consegui por poucas horas, mas a chuva me acordou. E o sono foi embora por muito tempo. Foi então que eu olhei pro lado e me perguntei: se A.B. por alguma razão cósmica me ligasse justamente agora e quisesse me tirar daqui, o que eu diria?

Deixei cair uma lagriminha solitária quando me dei conta de que a resposta seria não.

E é tudo o que eu vou falar sobre isso.


(Querido cupido – ou qualquer que seja a entidade responsável pelo so called love: por favor, não me faça sofrer por mais 10 anos. Serei velha, terei 40 e minhas esperanças terão acabado. Obrigada. Um beijinho.)"



(Retirado do blo' nopainnoagain')

crazy little thing called affection

" Eu me casei com um A.L. no maternal, porque ele conseguiu abrir minha garrafinha da lancheira da mulher maravilha, quando ninguém mais conseguia.

Eu fui noiva na festa junina da terceira série, de um S.O., meu namorado, porque ele disse que me amava e eu tive medo que ele tivesse uma crise de bronquite se eu dissesse que gostava mesmo era de C.E.. Eu e C.E. vivemos num romeuejulietismo bem ridículo pra duas crianças de 8 anos.

Eu disse não quando R.C. me pediu em namoro na sexta série, porque jurava que era mais um babaca tentando fazer piada com a minha falta de características femininas. O problema é que R.C. povoava todos os meus pensamentos e estava falando sério. Pediu transferência da escola dois dias depois. Nunca mais tive notícia e o infeliz tem um trilhão de homônimos. Jamais verei novamente.

Levei o fora mais delicado do universo na oitava série, quando J.P. pegou na minha mão, me levou até o cantinho da sala (no meio de uma aula de matemática) e disse que o negócio dele era vídeo game, mas queria poder continuar andando de bicicleta comigo nas quintas-feiras.

E depois disso, eu meique matei meu coração. Haja talento pra fazer tudo errado.

Foi no meio dessa crise existencial, que eu estava tendo enquanto descia a rua, que ouvi alguém gritando meu nome. Era A.B., dentro de um ônibus, desesperado pra acenar pra mim. E aí meu coração deu uma apontadinha marota pro meu cérebro, enquanto ria e dizia “hahaha, eu que mando”. Deste dia em diante, A.B. morou no meu coração por 8 anos."


( retirado do blog 'nopainnoagain')

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Por trás da vidraça

"Cá entre nós: fui eu quem sonhou que você sonhou comigo?
Ou teria sido o contrário?
Sonhei que você sonhava comigo. Mais tarde, talvez eu até ficasse confuso, sem saber ao certo se fui eu mesmo quem sonhou que você sonhava comigo, ou ao contrário, foi quem sabe você quem sonhou que eu sonhava com você. Não sei o que seria mais provável. Você sabe, nessa história de sonhos — falo o óbvio —, nunca há muita lógica nem coerência. Além disso, ainda que um de nós dois ou os dois tivéssemos realmente sonhado que um sonhava com o outro, também é pouco provável que falássemos sobre isso. Ou não? Sei que o que sei é que, sem nenhuma dúvida:
Sonhei que você sonhava comigo. Certo? Não, talvez não esteja nada certo. Também não era isso o que eu queria ou planejava dizer. Pelo menos, não desse jeito embaçado como uma vidraça durante a chuva. Por favor, apanhe aquele pequeno pedaço de feltro que fica sempre ali, ao lado dos discos. Agora limpe devagar a vidraça — quero dizer, o texto. Vá passando esse pedaço de feltro sobre o vidro, até ficar mais claro o que há por trás. Lago, edifício, montanha, outdoor, qualquer coisa. Certamente molhada, porque só quando chove as vidraças embaçam. Será? Não tenho certeza, mas o que quero dizer, disso estou certo, começa assim:
Sonhei que você sonhava comigo. Agora penso que é também provável que — se realmente fui mesmo eu a sonhar que você sonhou comigo; e não o contrário — eu não estivesse sonhando. Nada de sono, cama, olhos fechados. É possível que eu estivesse de olhos abertos no meio da rua, não na cama; durante o dia, não à noite — quando aconteceu isso que chamo de sonho. Embora saiba que — se foi dessa forma assim, digamos, consciente — então não seria correto chamá-la de sonho, essa imagem que aconteceu —, mas de imaginação ou invento até mesmo delírio, quem sabe alucinação. Mas não, não é isso o que quero contar, O que quero contar, sei muito bem e sem nenhuma hesitação, começa assim:
Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência. Não, não me atrevo. Então fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo. Verdade eu queria muito. Estou piorando as coisas, preciso ser mais claro. Começando de novo, quem sabe, começando agora:
Sonhei que você sonhava comigo. Depois que sonhei que você sonhava comigo, continuei sonhando que você acordava desse sonho de sonhar comigo — e era um sonho bonito, aquele —, está entendendo? Você acordava, eu não. Eu continuava sonhando, mas na continuação do meu sonho você tinha deixado de sonhar comigo. Você estava acordado, tentando adequar a imagem minha do sonho que você tinha acabado de sonhar à outra ou à soma de várias outras, que não sei se posso chamar de real, porque não foram sonhadas. Mas, se foi o contrário, então era eu, e não você, quem tentava essa adequação — nessa continuação de sonho em que ou eu ou você ou nós dois sonhamos um com o outro. Nos víamos? Quase consegui, agora. Preciso simplificar ainda mais, para começar de novo aqui:
Sonhei que você sonhava comigo. Depois, fiquei aflito. E quase certo de que isso não tinha acontecido. O que aconteceu, sim, é que foi você quem sonhou que eu sonhava com você. Mas não posso garantir nada. Sei que estou parado aqui, agora, pensando todas essas coisas. Como se estivesse — eu, não você — acordando um pouco assustado do bonito que foi ter tido aquele sonho em que você sonhava comigo. Tão breve. Mas tudo é muito longo, eu sei. Estou ficando cansativo? Cansado, também. Está bem, eu paro. Apanhe outra vez aquele pedaço de feltro: desembace, desembaço. Choveu demais, esfriou. Mas deve haver algum jeito exato de contar essa história que começa e não sei se termina ou continua assim:
Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Seja como for, pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto."

Caio Fernando de Abreu

Pequeno verso

"Foi embora sem dizer adeus,
levou todos os sonhos meus
Sem ter dó nem piedade,
foi pura maldade de um ser que nunca soube amar."


(autor desconhecido)

O meu olhar

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem... 

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo... 

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... 

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."


Alberto Caeiro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Primeira pessoa

"Eu estou silêncio. Ando em profunda quietude. Desconstruindo os impossíveis, reaprendendo o possível. De poesia tenho o pão quentinho que alivia o cansaço do dia e me faz divagar que sempre há algo bom, pequeno ou grande. Eu estou ausência. Ando em profundo segredo. Permito-me a poucos. Eu estou resignação. Ando em profunda humildade. Aceito da vida a incerteza dos dias e respiro a esperança de amar sempre melhor daqui a alguns minutos. Eu estou repouso. Ando em profunda calmaria. Mergulhada lá no fundo da alma. Quieta, admiro os fatos surpreendendo-me sem sustos. Eu estou palavras. Ando em profundas citações. Coleciono aforismos e gargalho subjugando máximas. Troco de verdade todos os dias. Essa é a de hoje. Eu estou liberdade. Ando em profundo alívio. Experimento sabores e cores. Tenho companhia. Eu estou cumplicidade. Ando em profundo compartilhar. É carinho e seus sinônimos. Eu estou paciência. Ando em profunda espera. Vai passar. Caminho devagar. Estou voltando. Devagar, devagarzinho. Ando tão diminuitivo. Eu estou sentir. Ando emoções. Que se expandem, ganham proporções absurdas e depois se vão. Quase sempre sem saudades. Eu estou diferenças. Ando me desconhecendo. E me reconhecendo, principalmente. Eu estou saudades. É meu termômetro favorito. E eu me sei amor. Eu estou resiliência. Ando resoluções. E faço-me despedida. Assim seja."

( Retirado do blog 'euamaria')

Soluciona?

"Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram"

Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tenho feito..

"E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer..."

C.F.A

Paixão

"Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito.
Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que signifíca também o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d'Arc por não ser uma funcionária pública exemplar."

Caio Fernando de Abreu

Perfeição.

"Não existe nada de mais esterilizante do que a perfeição de não se querer nada além do que está à nossa volta..."

Caio Fernando de Abreu

Amadurecimento

"Alguma coisa em mim - e pode-se chamar isso de "amadurecimento" ou "encaretamento" ou até mesmo "desilusão" ou "emburrecimento"-simplesmente andou, entendeu? Não sinto mais impulsos amorosos...."

Caio F de Abreu

Destruir antes que...

"Uma pressa, uma urgência. E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça..."

Caio Fernando de Abreu

Parecia..

"A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar, sabe quando vai dar?"

Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fraco

"Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar"

(Caio Fernando de Abreu)

Silêncio

"...minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa, que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você; sem dizer nada, só olhando e pensando:
Meu Deus... como você me dói de vez em quando!"

(Caio Fernando de Abreu)

Nunca espere

"Se passa por tanta coisa na vida. Algumas insignificantes, algumas nem tanto e outras que nos marcam profundamente. Essas normalmente com pessoas que nos cativaram realmente, como família, amigos e amores. Certas coisas poderiam ser evitadas com uma simples mudança de atitude se pensássemos um pouquinho no outro e não só em nós mesmos. Mas aí é que está o problema. Esperar do outro o que faríamos pode ser muito danoso e sempre é; porque as pessoas são diferentes; agem, pensam, sentem de diversas maneiras. Aquilo que você evitaria o outro talvez não. Aquilo que você faria o outro talvez não. Você pensaria no outro, o outro não. Você viveria pelo outro, mas ele não. Você morreria pelo outro, mas ele também não. Você amaria o outro do jeito que ele é, mas ele não. Você se doaria ao outro, mas ele não. E por final você sofreria pelo outro, mas ele... não.
Não espere nada de ninguém e espere tudo de alguém.
Ser feliz depende do modo como se enxerga a vida; depende do que se prioriza na vida. Ser feliz só depende de si."

(Betin)

Partida

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."

(Caio Fernando Abreu)

Pausa

'Fiquei ali parado, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali."

(C.F.A)

Esquecer sabendo

"...Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto.
E esquece sabendo que está esquecendo... "

(Caio F de Abreu)

Tão cansada as vezes...

"Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. E fumo, e fico horas sem pensar absolutamente nada: (...)
Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais."

(Caio F de Abreu)

Nada


"Um milhão vezes zero é zero. Ou seja: não coloque sua intensidade onde não tem nada."

(Tati Bernardi)

A gente apaga.

"Deletei da minha vida tudo aquilo que não valeu a pena. Quem mentiu, quem teve inveja, quem usou máscaras. Deletei quem nunca chegou a saber exatamente quem eu sou. E foram tantas pessoas deletadas, que hoje não me fazem a menor falta! Hoje eu sei, meu coração é escrito a lápis, apago nomes, escrevo outros , apago e reescrevo quantas vezes eu quiser. Sempre achei que meu coração não falava comigo, que não me obedecia.. Quanta bobagem. A verdade é que eu escrevo sem perceber e apago sem querer. Sofrer não é desculpa de não controlar, é desculpa de não saber que pode apagar. Porque quando a gente quer, A GENTE APAGA."

Juro...

"Eu não sei o que é verdade ou mentira diante de uma vida inteira de ilusão."

Daniele P.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sempre?

Acredite...


"...na metade do que vê, mas em nada do que escuta."

Deixa...


"Ás vezes você tem que deixar o que não pode viver sem."

Há pessoas e pessoas...


"Há pessoas que nos roubam, há pessoas que nos devolvem ..."

Motivos sim



"Não deixe que ele seja sua asa, no máximo um motivo para voar. Asas não nascem de novo, motivos sim."

Distância versus Saudade

"... mas quem pensa que a distância faz esquecer, esquece que a saudade faz lembrar."

.

" Eu te quero como meu ponto final. Tem como? "

O inesperado



“ Algumas vezes o esperado simplesmente perde importância comparado ao inesperado! “

Abraço



"Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu
precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-
lo..."

Amarelinha



" Li outro dia que amar é igual brincar de Amarelinha. Entre o Céu e o Inferno existem apenas alguns passos. "

...



"Machucar quem você ainda ama, machuca você."

Alguém me explica?

"O bom da vida é que quase tudo muda. E mudou. De um dia pro outro. Como se alguém lá de cima ouvisse o eterno "não aguento mais" e te desse de presente: olha, toma aí.... E o presente tinha nome. Tinha endereço. Tinha um cabelo bagunçado que putaquepariu! Que sorriso era aquele?.. Alguém me explica como uma mulher pode ficar muda só de ver um cara sorrir..."

( Coração na boca- aplicativo do facebook)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Falsa consideração

"Agora eu sei que o amor que você prometeu
Não foi igual ao que você me deu.
Era mentira o que você jurou.
Mas não faz mal.
Eu aprendi que não se deve crer em tudo aquilo que alguém nos diz
num momento de prazer ou de amor.
Mas tudo bem, eu sei que um dia vai e outro vem;
Você ainda há de encontrar alguém para lhe fazer o que você me fez.
E ai, na hora do sufoco, sei você vai me procurar. Com a mesma conversa que um dia me fez apaixonar; por alguém de uma falsa consideração.
E ai você vai perceber que eu estou numa boa.
Que durante algum tempo fiquei sem ninguém.
Mas há males na vida que vem para o bem."

(Jorge Aragão)

Falhei

"Quando eu era criança, nós morávamos em um cômodo no centro da cidade, aquelas quitinetes e tal, privacidade 0. Sempre que eu queria me esconder do mundo, entrava no banheiro, ligava o chuveiro e ficava lá chorando ou conversando com as paredes. Era o mesmo prédio desde o meu primeiro ano de idade. Saímos de lá quando eu tinha 12 anos e lembro que no dia da mudança, entrei no banheiro, passei a mão nos azulejos e disse "Obrigada". E foi apenas uma palavra, mas era a minha forma de dizer "muito obrigada por terem me ouvido esses anos todos, por serem as testemunhas silenciosas de tudo que eu passei". Sei que tinha dias de simplesmente eu entrar no banheiro e chorar de soluçar. E lembrei disso hoje, porque justo hoje, após tanto tempo, eis me aqui acuada em um canto, chorando o mundo e soluçando. Aquele choro espaçado. Barulhento. Típico de quando se é criança e ainda não se aprendeu a controlar as emoções. Ou típico de quando se é adulto e o desespero bate. Aquele choro que te dá vergonha se alguém escutar. E você reza para que ninguém te escute. E se te perguntarem "mas por quê você está chorando?". Por tudo e por nada. Acaba sendo o combo todo da sua vida que nunca deu certo, quando em vários momentos algum filho da puta te diz sorrindo "calma que tudo vai dar certo". E lá se vão 27 anos esperando isso, acaba sendo um mito como o papai noel. Tudo dar certo = grande ilusão da vida. É tanta coisa, que no final das contas não se acha um motivo para as lágrimas, acaba sendo por nada. E então me falam "volta pro Rio". E claro que eu quero voltar para o Rio. Da mesma forma que eu quero ver um show do Radiohead e comer um bolinho de bacalhau no Lamas. Só que nada disso vai fazer desaparecer todos os "nãos" que a vida diz. Sempre pensei que as ações aconteciam por motivação. Você sai de um lado da rua e vai para outro porque há um motivo. Encontrou alguém, está fugindo do sol, é por ali o caminho etc. Penso que viver também é isso. Por quê você vive, Patricia? Silencio. No hay banda. Nem deveria me explicar, já que ninguém entende nada mesmo, mas total não é papo de suicida. A questão é motivos para viver. Não tenho nenhum."

(Retirado do blog 'teamoporra')