Pedaços Humanos

domingo, 28 de novembro de 2010

crazy little thing called affection

" Eu me casei com um A.L. no maternal, porque ele conseguiu abrir minha garrafinha da lancheira da mulher maravilha, quando ninguém mais conseguia.

Eu fui noiva na festa junina da terceira série, de um S.O., meu namorado, porque ele disse que me amava e eu tive medo que ele tivesse uma crise de bronquite se eu dissesse que gostava mesmo era de C.E.. Eu e C.E. vivemos num romeuejulietismo bem ridículo pra duas crianças de 8 anos.

Eu disse não quando R.C. me pediu em namoro na sexta série, porque jurava que era mais um babaca tentando fazer piada com a minha falta de características femininas. O problema é que R.C. povoava todos os meus pensamentos e estava falando sério. Pediu transferência da escola dois dias depois. Nunca mais tive notícia e o infeliz tem um trilhão de homônimos. Jamais verei novamente.

Levei o fora mais delicado do universo na oitava série, quando J.P. pegou na minha mão, me levou até o cantinho da sala (no meio de uma aula de matemática) e disse que o negócio dele era vídeo game, mas queria poder continuar andando de bicicleta comigo nas quintas-feiras.

E depois disso, eu meique matei meu coração. Haja talento pra fazer tudo errado.

Foi no meio dessa crise existencial, que eu estava tendo enquanto descia a rua, que ouvi alguém gritando meu nome. Era A.B., dentro de um ônibus, desesperado pra acenar pra mim. E aí meu coração deu uma apontadinha marota pro meu cérebro, enquanto ria e dizia “hahaha, eu que mando”. Deste dia em diante, A.B. morou no meu coração por 8 anos."


( retirado do blog 'nopainnoagain')

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