Pedaços Humanos

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Saudade

"(...)É uma coisa que me dói muito, esses seus silêncios. Sei, claro, que você deve ter problemas bastante sérios; Mas uma carta de vez em quando não custa nada. E às vezes quem sabe, talvez a gente pudesse ajudar. Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi unilateral. Sei lá, não quero ser injusto nem nada, apenas me ferem muito esses teus silêncios. A sensação que tenho é que você simplesmente não está muito afim. E cada vez que tomo a iniciativa de escrever é sempre meio tolhido, sem naturalidade, com medo de incomodar, de ser indesejável. Não é uma coisa agradável. Seja como for, continuo gostando de você da mesma forma. Você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade. E se é verdade que o tempo não volta, também deveria ser verdade que os amigos não se perdem.
Substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse é o nosso jeito de continuar."

Caio F de Abreu

Contramão

"... Diminuir todos à sua volta, te fez maior? Essa sua solidão ridícula é o que você queria? O sonho da sua vida era passar o natal sozinho assistindo tv? Então, parabéns. Você cumpriu sua missão no mundo. Chegou a hora de você sumir de vez.

Eu não quero mais te ver
Por que voltou?
Mais mentiras pra contar
Cansei de te escutar
Não há nada que me prenda à você
Você sugou o melhor de mim
E vem pedir perdão
Você é vida
numa estrada em contramão."

( blog "http://notdelivered.blogspot.com/")

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Permissão

..."As atitudes que tomam com você, são aquelas que você permite que sejam tomadas."
E enquanto sua conduta assim for, não te permito mais em minha história. Mas te desejo felicidade, meu menino e quando essa confusão que te toma acabar, sua permissão em minha mente será retomada (mesmo que até lá você queira apenas minha amizade), falo da mente, porque meu coração é sua morada; Ali, mesmo que eu quisesse, não poderia te impedir de viver.
Que Deus te guarde.

Julieli Valente

domingo, 29 de agosto de 2010

Acenos

'' [...] Quem nos vê nos julga alheados. Quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.”

Lya Luft

Ilusão do apelo

"Peço que me desculpe por toda minha ausência, que se faria presença se tivesse me permitido, ao menos uma vez. Peço que me desculpe, por todas as palavras ditas, muitas vezes sem sentido - pra mim, que se tornou dor - pra você. Peço que não me olhes mais com aqueles olhos magoados, magoados das dores que causei, o tempo passa, as pessoas mudam, e eu mudei. Não pense que não me dói saber que te dói as palavras antigas, os atos antigos. O que te causou dor ontem me dói hoje, pois foi parte de mim, me envergonho de ter sido frio, aparentemente sem sentimento, mas sentimento tenho e muito, por dentro. Hoje vejo com teus olhos tudo que fiz, e o que não fiz, meus erros, vacilos e olhares não trocados, mas pensados no silêncio da noite com a cabeça encostada no travesseiro, que recebera por diversas vezes lágrimas tristes e verdadeiras. Menti quando a palavra ódio saiu da minha boca, jamais o senti, mas porque mesmo falei? Errei mais uma vez, e percebo que não é nada demais assumir isso, que chegar olhar nos teus olhos - difícil de se fazer algumas vezes - e dizer que jamais senti isso por você, não vai me fazer menor, mas sim crescer o ser que brota dentro de mim, e talvez de você. Possa ser que estas palavras não lhe sirvam de nada, que não diminua o que foi rasgado ai dentro, mas me amedronta pensar nessa possibilidade.. Desculpa, desculpa! Talvez seja a única palavra que possa te dizer neste momento, e é verdade. Sinto por ser deveras vezes confuso, egoísta, até infantil, assumo, e não há mal algum em assumir, não há, pra que temer? Se pelo menos pra mim o que importa é olhar a estrada logo a frente e dar o primeiro passo, sem pensar se ela é longa ou não, mas saber principalmente que é necessário percorrer seus caminhos. Presumo que nunca lhe disse palavras semelhantes a estas, ou metade delas, ou nenhuma delas, mas por diversas vezes me peguei com seu rosto em mente, e pensando no futuro, o que me reservaria, o que nos reservaria se de fato fosse pra nos encontrarmos mais uma vez; guardei esses pensamentos pra mim, num lugar bem guardado, pois não sabia ao certo o que significava, por medo. Mas quem sabe um dia estas palavras aqui escritas cheguem até você, quem sabe um dia eu perca a vergonha. Sei que chegarão. E talvez você sorria achando graça da minha confusão. Seria difícil e até impossível falar tudo isso olhando pra você. Seu olhar acaba desviando o meu, não sei ainda o porquê, mas estou aprendendo a lidar com ele. Quando penso no que escrever, lembro de você deitada em seu quarto, com um olhar meio tristonho, mas de uma menina que aprendeu com a vida, talvez de forma dura, mas aprendeu, e em parte me orgulho disso. Não me orgulho mais, pois sei que parte dessa dureza foi causada por mim, mas assim como você eu também aprendi, e amadureci muito mais do que antes julgava ser e não era. Hoje percebo isso. E amanhã vou perceber que hoje também não era. Engraçado esse vento chamado vida. Engraçado essa forma de amadurecer, de aprender, de sofrer, de viver.

''Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez.'' - Caio F. Abreu

" Se quer saber minha opinião

nunca é tarde demais ou, cedo demais pra ser quem quiser ser. Não há limite de tempo. Comece quando você quiser. Você pode mudar ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. Espero que você encare de forma positiva. Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente. Espero que tenha uma vida na qual se orgulhe, e se você descobrir que não tem... espero que tenha forças pra conseguir começar novamente."

(O curioso caso de benjamin botton)

Verbos

"Amar. Esse é o verbo mais conjugado!
Eu amo. Tu amas. Ele ama.
Conjugações: ar - er - ir.
Amar. Sofrer. Fugir.
Sumir. Vencer. Voltar.
Lutar. Poder. Unir.
Sentir. Viver. Sonhar.
Querer. Esse é o verbo mais importante!
Tudo provem dele.
É superior conjugá-lo!
Principalmente na primeira pessoa do singular: eu quero.
Mas o Ar é especial.
É um nível diferente.
Seja como conjugação ou único modo de sobrevivência!
Ar. Essencial.
Os outros tem a sua merecida importância:
Er? Te dar o poder da irônia.
Ir? Te dar o poder da liberdade.
Mas Ar, te dar o poder de existir! "

Laizza N. Pedroza

Quanto mais conheço o mundo...

"São poucas as pessoas de quem eu gosto realmente e mais restrito ainda o número daquelas de quem eu faço bom juízo. Quanto mais conheço o mundo, maior é meu descontentamento por ele; e cada dia confirma a minha crença na inconsistência de todos os carateres humanos e na pouca confiança suscetível de ser depositada na aparência tanto do mérito quanto do bom senso."

Laizza N Pedroza
(orgulho e preconceito)

Partir

"Deixa que vá. Para longe. Ou para perto, talvez. Mas deixa que vá. Sem sentir, sem perguntar. Porque? Apenas deixa que vá. E voce segue junto. Uma outra estrada. Um outro caminho. Mais cansativo, apelativo. Com muito mais pedras e degraus. Mas vá. Voce vai, sem se perguntar porque. Voce apenas vai. Sem olhar pros lados. Você vai. Sem parar para descansar, ou saciar a sede. Voce vai. Você nao sente nada. Frio. Calor. Vento. Nao sente a chuva que te faz tropeçar e retroçeder. Você apenas levanta e recomeça tudo outra vez. Você vai. Sem saber onde dará aquela estrada. Você apenas vai. E sorri, nao porque conseguiu seguir só. Mas porque aquela tragetória cabia apenas um. Você."

Laizza N Pedroza

In memorian

"Não é que eu não possa pensar em você

Mas cada vez que eu faço isso um traço de esperança morre em mim

É como um corte a faca que dói em todas as minhas entranhas

A cada vez que eu lembro dos seus sorrisos e do seu jeito de cuidar de mim

Ou das suas sempre manias de me mimar, mesmo quando eu não merecia...

São esses detalhes e todos os outros que compõe e formam a vida entre duas pessoas

E quando eles não existem mais é como se nós tivéssemos perdido um pouco da própria vida

E tua ausência em mim é assim...
Trescala a todo e qualquer momento pequeno e insignificante..."

[in memoriam]

Aline d'Able

Hoje eu chorei

"Hoje foi o primeiro dia que chorei após ele ter ido. Hoje senti falta dele. Não sei se por costume de tê-lo sempre perto. Mas meu corpo chamava o dele, enquanto estava deitada naquela cama, que por tanto tempo esteve cheia. Cheia de vida. Cheia da gente. E hoje eu me deparei apenas com um corpo. O meu. Que continuava chamando o dele. E nesses chamados, percebi que o corpo de algum outro poderia saciar os prazeres da carne. Mas não saciaria o prazer da minha alma. Que estava ligada a dele, por muito tempo.
Ele lá, e eu cá. Pensando em mim? Talvez. Escrevendo pra ele? Mais uma vez.
Seria eu tão exigente assim? A ponto de não aprender a conviver com suas manias e loucuras? Mas tanto tempo se passou, e isso persistiu. E por diversas vezes tentei arrumar a casa, mas esquecia de fechar as portas e janelas para que o vento não entrasse e bagunçasse tudo. É, eu esqueci.
Mas qual será o propósito disso tudo, meu Deus? Qual? Mostre-o logo. Não agüento esperar. Me conformar fechando os olhos. Fechando os olhos para o que está a minha frente. E eu não quis enxergar. Fechei os olhos. Talvez eles de fato devessem ficar fechados. O que deveria abrir era o coração. Deixando o vento bater, arrancar as cortinas e portas. E junto com ela, entrar a poeira. Poeira do tempo. Do nosso tempo. Tempo. Muito nosso.
E o que ficou? Você lá, e eu cá. E essa saudade que aparece só depois de um tempo. Antes de dois em dois dias. Depois de cinco em cinto. Dez em dez. E agora de quinze em quinze.
Tempo! Sopra teu vento aqui dentro. Fazendo com que a saudade venha de ano em ano. Como uma saudade boa de sentir. Como uma lembrança. De um tempo que foi nosso. E agora não mais.
‘’Deixe estar, que o que for pra ser, vigora.’’ Que vigore nossa paciência. Nossa calma. Nossos sorrisos, mesmo distantes. Que vigore sempre o amor que carregamos aqui dentro. Adormecido algumas vezes. Mas que em algum tempo, despertará. E sorriremos de novo. Mas continuaremos sentindo saudade.
Você é a saudade boa que eu gosto de ter. Você foi àquela paciência. De amar por mim e por você. Você foi aquele silencio que por diversas vezes quis dizer tudo. Foi aquela brincadeira querendo acalmar a dor. Foi aquele coração que me amou, e amou. Mesmo eu duvidando que ele batesse. Você foi.
Hoje foi o primeiro dia que chorei após ele ter ido. "

Laizza N Pedroza

Sem amor

"-Eu te amo. – ela sorriu, tímida. -Você me ama?
-Não. - respondeu ele sorrindo - Todos os que amo vão embora. Eu não suportaria te ver partir. "

Caio F de Abreu

sábado, 21 de agosto de 2010

O último final

Se pudesse dividir sua vida em fatias qual o tamanho que o passado ocuparia neste bolo imaginário? Alguma vez já teve a sensação de não ver o presente acontecer por pensar demais no que já passou? Passou somente no tempo cronológico, mas as sensações ainda estão todas aqui. O quanto você é capaz de superar suas dores e suas perdas? Consegue enxergar quando chega esse momento, de ir para o outro lado e começar a viver realmente sem um peso nos ombros?

Luísa acordava todos os dias desejando que Roberto deixasse de vez seus pensamentos. Mas teimava em acreditar que estavam conectados por alguma frequência e que existia uma comunicação silenciosa entre eles. Preferia pensar assim do que aceitar a ideia de tudo ter sido nada, de toda a intensidade não ter passado de um entusiasmo apenas dela. Somos mestres em criar situações que somente nós enxergamos. Nos forçamos a encaixar a pessoa que está ao nosso lado nas nossas ambições. Imploramos para que aquele que divide a cama com você se encaixe na sua lordose e ofereça o ombro como travesseiro.

Já não sabia em qual dos dois pensava mais, se em Roberto ou se em Eliane. Tinha pensamentos absurdos com os dois, a ponto de querer estar entre eles, sendo ouvida e recebendo afeto. Todos os seus sentimentos estavam assim, completamente irracionais, sem parâmetros, alternados, inconstantes. Loucura deve ser isso. Tinha pena de Eliane e sabia que ela viveria tudo ou talvez pior do que ela viveu. E riu ao mesmo tempo. Pensou novamente em dedicar a crônica da próxima semana para ela.

“Ele não é fiel a você, mantive encontros com ele enquanto você estava trabalhando. Fui na sua casa, vi suas fotos, vi suas coisas, vi o quanto ele esta moldando você da mesma forma como fez comigo. Mas não julgue como traição. Ainda faço parte dele e você sabe disso. Estou mais presente do que ele próprio na sua vida. Assim como você está na minha. E isso me permite entender o que ele tanto gostou em você. Você topou o teatro.

Ele se faz de vítima e você diz o que ele quer ouvir. Ele se diz fraco e você retruca: você é forte. Ele se julga mau e você desfaz dizendo o quanto ele é bom. É uma boa maneira de tirá-lo do poço em que ele mesmo se jogou. Só que um dia a temporada de shows acaba. Você vai tirar a máscara e vai se tocar que nada do que você falou fez ele mudar ou melhorar. A peça é mesma e quem escreve é ele. Eu estou me livrando de vocês. Ainda vejo tudo de camarote e torço para que realmente alguma coisa nessa história toda tenha um final diferente. Quanto a você, aproveite. Se quiser saber o final da história, sabe onde me encontrar.”

Ao terminar o texto, Luíza nem mesmo o revisou. Clicou em enviar antes que se arrependesse. Quando a coluna foi publicada, ela leu linha por linha, tensa, com receio de se arrepender. Mas ao final, como que uma redenção merecida, mas tão inesperada, como achar dinheiro no bolso, ela sentiu-se arrebatada por uma sensação de liberdade. Noites de choro, fobias, planos maquiavélicos, tudo enfim foi substituído por um sentimento sorrateiro, mas muito bem-vindo.

Conseguiu ler sem sofrer, sem sentir o refluxo que trazia a história de volta ao esôfago. Porque aquela não era mais sua história. Era a história de duas pessoas, felizes ou não, loucas ou não, que se amam ou não, mas certamente fadadas à repetição e à mediocridade. Como é que algo assim levou anos pra parecer tão óbvio? Ver a situação do alto, como leitora e espectadora, deixou claro que não era mais preciso se vingar. Que a maior vingança não viria dela. Viria deles mesmos. Da convivência, da rotina, do peso do dia a dia, que fatalmente acabaria por consumir aqueles dois. Tantos planos de sangue, de escândalos e a vingança maior estava ali o tempo todo: condenar um ao outro. Nada que ela pensasse poderia ter sido mais cruel do que isso.

(Retirado do blog ' redatoras de merda')

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sim

Nosso amor, contaminado de eternidade. (Fernando Pessoa)

Por que demoraste tanto a voltar, moço? Sem interpretações, as palavras são todas tuas. Se foram elas que te levaram, que sejam elas que te recebam. Isso é mais que um texto. É um clichê, cheio de exageros. Quebro o silêncio de anos, ‘cada coisa tem sua hora e cada hora seu cuidado’. Procuro ainda meios de preencher os espaços deixados por ti. Guardo ainda os segredos que não te contei. Guardo a importância de tua presença e o quanto de falta ela me fez. E embora eu tenha ficado sem saber onde colocar as mãos sem você, no teu retorno não tive dúvidas, meu abraço parecia te esperar a despeito do passado. Tu voltas e traz contigo as emoções todas. Assustei-me. Olhei bem. Quão suave foi reconhecer: finalmente tudo mudou, ainda bem não mudou nada! E tu, mesmo sem consentimento, foste retomando um espaço dentro de mim, com teu amor exagerado e tua disposição tão bonita. O que ficou nos deu ainda um lugar de repouso, de alívio, de porto e de partida. Obrigada pelos confetes em formas gentis de amor. Pelas declarações – silenciosas – de amor. Por todas as cores divertidas do teu verso de amor e pelo carinho que, depois de tanto tempo, derrama-se em delicadas formas. Tua pressa de ser meu me faz crer que eternidade é um dia de cada vez. Quero mais da gente, quero tuas soluções simples, tua certeza sem promessas. Quero o passado no lugar certo, quero um presente sem culpas e sem dor. Repito baixo pelos cantos que te amo, torcendo para que sintas. Anseio mais coincidências, mais respostas, outras formas de amar. Quero paz diante da possibilidade de dar a mão a alguém sem perder a liberdade. Quero até quando tiver de ser. Aproveito teu ombro como travesseiro e tua cumplicidade de companhia. Ofereço o coração como abrigo e as coisas mais simples que um amor amigo pode trazer. Faço rimas de minha saudade. E assim caminho: com você em mim. Isso é mais que um texto. É um clichê, cheio de vontade. E é o meu sim.


(Retirado do blog " euamaria" )

Livre

Tu és livre, repeti. E se repeti incontáveis vezes foi desejando incontáveis vezes que compreendesses. Mas tu não compreendes. Não consegues acreditar que assim o amo mais e não é por não esperar nada de ti, é antes por esperar a tua verdade. Porque quando o fiz livre, quis demonstrar meu afeto da forma mais legítima possível. Quis que percebesses o quanto me era caro tua satisfação de fazer somente o que te deixa alegre. Quis que soubesses que tua atenção só me serve se for real. E que se daqui a trinta anos fores comprar pão quero ter a certeza que voltaste por vontade própria. Não o deixei livre por falta de importância, deixei antes por te saber inteiro. Tirei de ti o poder de magoar-me. Não limitei teus passos, não fiz condições. Tu tinhas, assim, espaço ilimitado para voar. E para voltar. Gosto de pensar que pessoas livres e inteiras se amam melhor. Não quero tua metade, nem te dou a minha. Mas aceito tua companhia inteira e te outra companhia completa. Se o deixo livre, faço de cada retorno teu uma alegria nova. E ofereço a cada regresso, a minha liberdade toda.

( Retirado do blog: " euamaria" )