Pedaços Humanos

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Livre

Tu és livre, repeti. E se repeti incontáveis vezes foi desejando incontáveis vezes que compreendesses. Mas tu não compreendes. Não consegues acreditar que assim o amo mais e não é por não esperar nada de ti, é antes por esperar a tua verdade. Porque quando o fiz livre, quis demonstrar meu afeto da forma mais legítima possível. Quis que percebesses o quanto me era caro tua satisfação de fazer somente o que te deixa alegre. Quis que soubesses que tua atenção só me serve se for real. E que se daqui a trinta anos fores comprar pão quero ter a certeza que voltaste por vontade própria. Não o deixei livre por falta de importância, deixei antes por te saber inteiro. Tirei de ti o poder de magoar-me. Não limitei teus passos, não fiz condições. Tu tinhas, assim, espaço ilimitado para voar. E para voltar. Gosto de pensar que pessoas livres e inteiras se amam melhor. Não quero tua metade, nem te dou a minha. Mas aceito tua companhia inteira e te outra companhia completa. Se o deixo livre, faço de cada retorno teu uma alegria nova. E ofereço a cada regresso, a minha liberdade toda.

( Retirado do blog: " euamaria" )

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