Pedaços Humanos

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Em vão


'Desceu correndo e jogou-se nos braços do amigo. Após caloroso abraço e incontáveis beijos, percebeu a decepção nos olhos dele. Ele fora visitar seu luto, e para tal, esperou ser recebido pelo espírito quebrantado e pela alma sem esperanças. Ela sorriu e disse que não se preocupasse, estava colocando em prática o ‘apesar de’. Em vão. Para ele soava tudo como mentira de quem quer esconder o que sente. Ela revelou que havia dor sim, perguntas infindas sem respostas e a tristeza certa por tudo que aconteceu. Disse isso com um riso pródigo aos olhos dela, imoral aos olhos dele. Mas afinal, ele não estava ali para fazê-la melhorar, ela perguntou. Incomodou que ele não tivesse sido necessário para isso? Compartilha comigo, convidou, ‘e deixa as amarguras que se vão’. Em vão. Ele foi embora por ela estar feliz demais.'


(blog 'euamaria')

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