Pedaços Humanos

segunda-feira, 31 de maio de 2010

(In) Sensatez

'Nunca admirei a insensatez. Nunca achei atraente a leviandade. Ah não, não me refiro ao surpreendente. Acredito que alguns pequenos delírios precisam ser cometidos. Como exceções que são a própria regra. Entendeu? Talvez nem eu. Mas o fato é que bonito mesmo eu acho a segurança. Divertir-me e brincar de cometer loucuras, mas com confiança, com o passo certo. Não leve por insano o que escrevi, não deve haver caminho sempre certo, mas o passo sim. Aliás, o que é minha definição de ser feliz: o passo certo, a caminhada, a viagem. Não creio que vá chegar à felicidade, acredito que ela é companheira de viagem até... Bem, até o fim destes dias. Acho miserável a associação de viver intensamente com viver irresponsavelmente. Consigo viver intensamente estando sóbria, parada e sozinha. Não preciso abusar da minha saúde, nem exceder meus limites e nem brincar com o sentimento de ninguém para me divertir. É quase deprimente precisar do que não me faz bem para assim estar curtindo a vida. Prazer é talvez o que há de mais particular, cada um sente o seu, pelo motivo que lhe for mais aprazível. Mas colocar a satisfação e felicidade em ser inconseqüente e sentir deleite no delirante chega a causar pena, pela precipitação, pela inconstância. Graça para mim é viver a vida com prudência, esta que não torna a vida monótona, pelo contrário, traz sensibilidade suficiente para cometer as maiores loucuras, não por insensatez, mas por astúcia de saber que a vida há de ser assim: surpreendente e intensa, sem para isso, precisar ser vil.'


(blog 'euamaria')

Nenhum comentário:

Postar um comentário