Pedaços Humanos

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pedaços da vida


"Alguns anos e sorrisos tornam-se lagrimas.
Pedaços da vida que a gente viveu...
É como se não fossemos a mesma pessoa depois de um tempo.
Feliz ou infelizmente, existe uma história que acaba nos ligando a quem nós somos.
Outro verão. Outra pessoa e ainda a mesma pessoa, a mesma esperança de que você visse, de que ao menos aceitasse. Enquanto eu esperava, enquanto seus sorrisos e a doçura impensada de suas palavras tornavam calmas sístoles e diástoles em explosões doídas aqui dentro. Você esteve com todas elas, eu esperei por todas elas, eu superei todas elas. Você sempre soube de mim, soube quem eu era para você, mas todo o resto foi mais importante, e eu continuei a esperar. Esmagada por sua vida, esmagada.
E ali estava você amável e errado. Errado e errando. Entre mim e o mundo, errando e
chorando. Mas você nunca deixou de ser o menino de ouro neste coração. Eu não quero mais ver no que dá, mas meus lábios choram pelos seus, e ao redor de dois pares de lágrimas encontram os seus. Eu sempre acho que você vai entender nesse ponto.
Mas sempre há dois milhares de pares de lágrimas para depois. Você sempre acha que está perto demais, e me parece tão longe, enquanto insiste em me deixar para trás.
Os verões vieram e passaram e eu continuei a tentar entender, continuei a aceitar,
continuei pensando se a fita que eu lhe dei lhe fazia lembrar de mim.
É tarde, e você não precisa mais dizer. A vida sempre passa, e a gente devia saber a que se agarrar. Mas o destino não volta atrás. Eu voltei, voltei e voltei. Mas você já tinha me deixado ir, antes de aceitar, antes de ver.
Meu tempo nunca foi de graça, meus sonhos nunca foram de graça.
Seu medo, sua indecisão, suas certezas, minha pose de porto seguro.
Tudo isso que passou por entre seus dedos custaram um coração.
No cheiro de maresia, fica você e a sua certeza de ter perdido quem você teve tantas vezes certeza que tinha partido."

(Marcos Johnson, editado)

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