Pedaços Humanos

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Esse não é um texto de amor

"Sabe quanto tempo tem? Nem eu. Eu parei de contar. Por que mesmo sabendo que não havia lhe feito nada de mau, eu ainda assim me importava e por isso, durante um tempo eu contava quanto tempo tinha. Nessa minha conta, me perdi. Nos perdemos, amigo. Hoje somos tão diferentes do que éramos naquela época, e tão iguais por outro lado. Nenhuma promessa foi quebrada, meu amigo, e àquela altura, me perguntava como você pôde não notar isso. O que mais me doía (sim, doía.) era justamente o fato de você não me conhecer como eu achava que conhecia, minhas conclusões e projeções infantis sempre me enganando, e era tudo culpa minha. Era muita sintonia, algo havia de dar errado, era zelo, era consideração. Era. Talvez, se um dia te reencontrar, numa esquina, num bar ou na fila do supermercado, eu faça que sim com a cabeça, e você me olhe com aquele olhar indiferente, ignorando todas as risadas e todos os segredos que compartilhamos durante aquele tempo. Hoje te vejo tão crescido, mas o mesmo babaca de sempre, o que um dia foi o meu babaca favorito, como um irmão. Vejo nossas vidas seguindo mais próximas que quando nos importávamos um com o outro, mas ainda assim um abismo entre elas, um abismo que eu não posso ignorar. Foi melhor assim. E hoje tudo que sei é que não somos nada um pro outro. E se você fosse alguma coisa, você seria a minha ex-decepção."

Victoria Tavares (blog: http://victoria-tavares.blogspot.com/2012/01/minha-ex-decepcao.html )

Nenhum comentário:

Postar um comentário